domingo, 19 de setembro de 2010

Psicorium II - Um elétrico chamado desejo

Com a devida vénia ao DN, conto uma das histórias da recente estreia no teatro D.Maria II do elétrico chamado desejo de Tennessee Williams.
Compareceram vários ministros.
O que é estranho num país em que a cultura vale menos de 1% no orçamento.
Mas compareceram, e um deles era o senhor ministro da Defesa.
O DN enriqueceu a reportagem entrevistando no fim da peça alguns dos ministros.
E quando chegou a vez do senhor ministro da Defesa ele disse que a peça tinha sido muito boa.
Que alívio.
Pode Tennessee Williams estar descansado.
Havia dúvidas mas ficaram esclarecidas.
A peça é mesmo muito boa.
O senhor ministro achou qe sim.
Lembrando Brecht, pode o trigo continuar a crescer porque o ministro da Agricultura fez o despacho esperado que sim, que autorizava que continuasse a crescer.
Até porque o senhor ministro da Defesa é uma pessoa culta, como se pode ver quando fala no Parlamento.
E de versatilidade dificilmente ultrapassável porque já ocupou várias pastas em vários governos.
O elétrico chamado desejo é mesmo uma peça muito boa.
Falando a sério, a peça foi escrita aplicando a psicologia e a psiquiatria a estudar os comportamentos e os condicionamentos das pessoas.
Tem razão o senhor ministro, e se falo nisto é porque gostaria de ver também aplicadas nas nossas empresas e na nossa gestão da coisa pública os mesmo conhecimentos da psicologia e psiquiatria.
Para compreendermos como se tomam as decisões e elas são impostas às pessoas, na peça de todos os nossos desejos.
Frustrados, como diz a psicologia, com personagens que não desempenham os papeis da participação na coisa pública.

Nota - Evidentemente que o senhor ministro não quis dizer a redundancia de que Tennessee Williams tinha escrito uma peça muito boa. Quereria referir-se à realização ou produção da peça e que tinha sido conseguido um bom espetáculo. Terá sido uma expressão enquadrável no contexto. Mas não consegui evitar lembrar-me do ministro da Agricultura de Brecht, nem de que era mesmo importante passarmos a estudar as questões das empresas e da coisa pública com intervenção da psicologia e da psiquiatria.

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