quarta-feira, 29 de junho de 2011

A criação imperfeita, o cosmos, a vida e o código genético da natureza, de Marcelo Gleiser

Aproveitando a felicidade de ainda termos uma Antena 2 a funcionar, dedicada a assuntos de cultura, enquanto não cai a espada de Damocles anunciada pelo novo senhor secretário de estado da cultura que acha as estações culturais uns guetos, ouvi este programa:


O entrevistado era Marcelo Gleiser, físico brasileiro, professor nos USA, que, entre outras coisas falou das observações de supernovas e da descoberta em 1998 por Berkeley, na California, e por uma universidade australiana, de que o universo se encontra em expansão acelerada.
A conclusão foi devidamente testada experimentalmente, podendo desde então afirmar-se que Einstein poderia ter dito que não tinha dúvidas, quer da capacidade da espécie humana de expandir o erro, quer da expansão do universo. Também se pode afirmar que 73% da energia do Universo é desconhecida (energia escura, responsável pela expansão acelerada, e escura por só se poderem observar os efeitos gravitacionais, não os do radiamento), e que só 4% da matéria é composta pelos nossos conhecidos eletrões e protões.

Temos assim de nos contentar com a nossa crescente ignorancia, embora  isso de nada valha se quisermos discutir política ou economia. Mas ao menos já sabemos que a perfeição do universo é ilusória, que a teoria final da unificação parece estar cada vez mais longe (embora quem mande goste de exibir ideias perfeitas muito arrumadinhas nas suas cabeças e determinadas nos seus programas) , que as assimetrias e imperfeições dominam, juntamente com os erros de corrupção genética (lembram-se da teoria de que um tronco comum teve um desvio do gene de proteção contra o desenvolvimento de tumores cerebrais e o cérebro do antepassado começou a desenvolver um cortex pré frontal?).

Fascinante, não é? Mais informações sobre o livro em 

Tambem interessante neste mesmo programa da Antena 2 a entrevista do novo ministro da educação, Nuno Crato, feita uns meses antes da nomeação. Interessa reter as afirmações de que o ensino não deverá desprezar, como até agora, a abstração, a memorização, a realização de exames exigentes e a organização sistemática dos programas.
Assunto a seguir para verificação da capacidade de aplicação do que parece ser uma teoria correta da educação desenvolvida a partir da experiencia real, e tão desprezada pelas senhoras anteriores ministras da educação, perfeitamente imunes aos avisos da navegação emitidos.

Pena se aplicarem os cortes à Antena 2.



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